Origem e História do Tarô

O Tarô está rodeado de mistérios. Quem toma pelas mãos pela primeira vez as cartas, sente-se estranhamente atrído pelas suas figuras. Figuras que por um lado parecem estranhas, mas por outro, fazem vibrar algo em nosso interior. É como se falassem diretamente à alma, despertando um conhecimento profundo e ateporal durante muito tempo esquecido, ainda que preparado para novamente surgir à superfície.

A palavra Tarot, usada na atualidade na maioria dos idiomas, é o termo francês para tarocco, jogo que apareceu pela primeira vez no norte da Itália, no início do séc. XV, composto por 78 cartas, formadas por 22 triunfos ou Arcanos Maiores e 56 Menores, que por sua vez estão divididos em quatro espécies ou nipes: ouros, copas, espadas e paus. Ou também termo designado para os cabalistas pela semelhança com a Torah, nome dado pelos hebreus aos cinco primeiros livros do Antigo Testamento. É ainda um anagrama do vocábulo latino rota, que significa roda, em referência à contínua mudança que prevalece neste mundo, ligando-se ao mesmo tempo com a tradição hindu da roda da vida e com o I Ching, o livro chinês das mudanças. Curiosamente as cinco letras da palavra Tarot contêm a palavra Tao (o caminho), sendo este também o significado da palavra árabe Tariga, etimologia preferida pelos que sustentam a teoria de que o Tarô foi composto por um grupo de sábios do norte da África. NA região norte da Itália, há um rio denominado Taro, originado do jogo de cartas orientais trazidas pelos mercadoresque chegavam a Veneza da Ásia.

O Tarô é frequentemente chamado de O Livro de Toth. Toth foi um personagem mítico, a quem os egípcio atribuem a invenção dos hieróglifos, da linguagem e Astrologia. Alguns estudiosos afirmam que os inventores do Tarô foram os ciganos mas antes da peregrinação dos ciganos à Europa, já existiam evidências do Tarô na Europa. Um monge alemão chamado Johannes, escreveu em Brefeld, Suíça, uma carta que conserva o Museu Britânico em que contava: "Um jogo de cartas chegou até nós em 1377. Quatro Reis, cada um sentado em trono Real, levando um símbolo na mão..."



Abolido na época da inquisição e vinculado no século XVIII aos ciganos, adivinhadores de subúrbios e pouco respeitáveis na Europa. Resgatado pelo maçom e pastor Court de Gebelin no mesmo século para as elites da intelectualidade européia.